Ceni saiu escandalosamente no primeiro pênalti de Pato – e sabe disso. Se não entrasse, segunda também deveria ser repetida. Jogo fraco e chato

Sérgio Barzaghi / Gazeta Press

Santos e Corinthians está na final do Paulistão 2013 .

São Paulo e Corinthians empataram em 0 a 0 no tempo normal na segunda semifinal do Paulistão 2013, jogado na tarde deste domingo (5), no Morumbi, em São Paulo.

Nos pênaltis, deu Corinthians: 4 a 3.

O corintiano Alessandro e os são-paulinos Ganso e Luis Fabiano (na foto acima lamentando, de joelhos, enquanto o goleiro Cássio, do Corinthians, deixa o gol) perderam pênaltis na disputa.

O jogo, apesar de disputado com vontade, foi muito ruim em termos técnicos.

Muito amarrado, sem jogadas criativas no meio e com os ataques absolutamente presos pelas defesas.

Aquele típico jogo em que o medo de tomar gol, levado ao exagero, tira as iniciativas dos jogadores que sabem jogar bola, "masca" e transforma o jogo numa massa travada, carregada e chata de se ver.

Um jogo tão chato que meias ofensivos como o corintiano Danilo e os são-paulinos Paulo Henrique Ganso e Jadson, teoricamente escalados para chegar ao ataque, não deram, os três, um chute a gol sequer.

Fabiano e Ganso foram coerentes:  não jogaram nada no tempo normal e perderam as cobranças.   Ganso não deu um chute a gol. O primeiro foi o pênalti na disputa - perdido com um chutão para fora.

Na primeira cobrança de Pato, no quarto gol de pênalti do Corinthians, Rogério Ceni saiu de forma escandalosa e pegou a bola no meio da grande área, a dois metros e meio ou três da linha do gol.   Sabia que era sua última chance de fazer algo (se a bola entrasse acabava ali) e apelou.

O árbitro - que tinha avisado claramente, antes das cobranças, que mandaria bater de novo todas as perdidas com goleiro adiantado - mandou voltar na hora na bola defendida por Ceni.   E com toda segurança: durante todo o tempo, ele ficou de olho no comportamento do goleiro.

Só esperou ele defender para anular e mandar repetir a cobrança no instante seguinte.   Ceni reclamou, catimbou e andou de um lado para o outro na tentativa de desconcentrar Pato.   Mas, no fundo, sabia perfeitamente que se adiantou de forma escandalosa na cobrança.

E outra: não sei o árbitro teria coragem, mas o segundo pênalti de Pato, que entrou, deveria ser novamente repetido se não entrasse.   Ceni também se adiantou de forma irregular na segunda cobrança.   Não da forma agressiva e escancarada como a da primeira vez, mas ainda assim de forma ilegal, com os dois pés no chão à frente da linha do gol, o que é proibido.

Pelo que fez no campeonato, o São Paulo merecia mais do que o Corinthians a vaga na final.   Mas não pelo que fez nesta semifinal: na atuação muito fraca, no desempenho medíocre da cobrança de pênalti e, depois, na atitude vergonhosa de parte de seus jogadores ao tentar agredir, sem qualquer razão, o árbitro que tomou a atitude corretíssima de anular a cobrança de Pato defendida por Ceni.

Lamentável. Vergonhoso.  Tribal.  Medieval.

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